Liquens e Poluição
Autor: Maria Antonieta Gonzaga Silva
O que o aluno poderá aprender com esta aula
Conhecer os liquens, entendendo como são formados;
Entender como a poluição pode afetar os liquens;
Compreender que os liquens podem ser usados para indicar a qualidade do ar (bioindicadores).
Entender como a poluição pode afetar os liquens;
Compreender que os liquens podem ser usados para indicar a qualidade do ar (bioindicadores).
Duração das atividades
2 horas/aula
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
Os alunos deverão conhecer as associações entre os seres vivos (Mutualismo); algas; fungos; além de entender o que é a poluição do ar atmosférico.
Estratégias e recursos da aula
Introdução
Os líquens, como organismos simbióticos excepcionais (Simbiose é uma relação mutuamente vantajosa entre dois ou mais organismos vivos de espécies diferentes), são encontrados em todas as regiões do mundo e, geralmente, em áreas submetidas a condições climáticas severas. Mesmo com a capacidade de sobreviverem em diferentes ambientes, eles são muito sensíveis à poluição do ar atmosférico, tendo sido utilizados como bioindicadores. Diferentemente dos vegetais superiores (plantas de grande porte), os liquens não dependem de um sistema radicular para a absorção de nutrientes, e por possuírem cutícula reduzida ou, em geral, ausente, incorporam com facilidade altos níveis de poluentes.
No mundo todo, têm sido realizadas pesquisas de investigação que destacam organismos que vivem apoiados sobre vegetais, sem deles retirarem seu alimento, cujos componentes são considerados indicadores biológicos por excelência. Por isso, torna-se possível seu uso determinando-se escalas quantitativas e qualitativas para a avaliação dos níveis de contaminação de uma dada região. Os líquens, um dos principais componentes deste tipo de vegetação, têm comprovada eficácia na indicação da qualidade do ar, bem como a adequação de técnicas para tais tipos de ensaios.
A pureza do ar atmosférico é fator crucial à sobrevivência dos líquens, já que estes se alimentam higroscopicamente (através da absorção de água), fixando elementos neles presentes, notadamente o nitrogênio. Estes seres absorvem e retêm elementos radioativos, íons metálicos, dentre outros poluentes, e isto faz com que sejam utilizados como indicadores biológicos de poluição atmosférica, da chuva.
O valor dos líquens no monitoramento da poluição atmosférica é incontestável por duas razões:
- A sua grande sensibilidade aos poluentes pode ser mensurada através de seu desempenho;
- Análises do talo liquênico refletem precisamente a carga de poluição a que estiveram submetidos.
- A sua grande sensibilidade aos poluentes pode ser mensurada através de seu desempenho;
- Análises do talo liquênico refletem precisamente a carga de poluição a que estiveram submetidos.
São considerados como bioindicadores organismos que expressam sintomas particulares ou respostas que indiquem mudanças em alguma influência ambiental, geralmente de forma qualitativa.
Organismos com íntimas relações com a atmosfera, ao invés de seu substrato, são, particularmente, candidatos promissores para a bioindicação e, consequentemente, monitoramento da poluição do ar. Os bioindicadores provêm informações sobre a qualidade do ambiente ou de suas modificações.
Adaptado de: http://biomonitor.ist.utl.pt/biomonitor/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=9 (consultado em 25/11/09 as 15:25)
Estratégia
Nesta aula será realizada uma atividade prática de visita da turma a alguma região arborizada para observar líquens presentes nas árvores, e outra visita a alguma região poluída, de forma que os alunos possam correlacionar sua presença ou ausência com o tipo de ambiente poluído ou não.
Atividade prática – Observando os líquens
Professor, leve sua turma para fazer uma caminhada por dois tipos de ambientes que sejam arborizados: um em que a vegetação esteja preservada e o fluxo de automóveis seja pequeno ou ausente; e outro com o fluxo intenso de carros. Peça à turma que observe os troncos das árvores, identificando as diferenças entre os dois ambientes em relação aos organismos presentes nos troncos. Chame a atenção dos alunos para as estruturas esbranquiçadas ou esverdeadas que eles encontrarão no ambiente com menos fluxo de carros.
Turma, vamos observar as diferenças entre dois ambientes: um em que há muitos carros pela rua, e outro com bem menos carros circulando. Nós deveremos listar o que observamos.
No local com muitos carros, o que estamos vendo, especialmente nos troncos das árvores? Como estão estes troncos?
- Não tem nada nos troncos.
- Os troncos estão escuros. Parece que estão sujos.
E agora, no local que quase não passam carros, o que vemos nos troncos das árvores ? Como eles estão?
- Tem umas coisas brancas por cima dos troncos, presas neles.
- Parece que estes troncos estão mofados...
- Parece que estes troncos estão mofados...
Professor, após os alunos terem observado os dois ambientes, peça para que pensem os motivos das diferenças nos ambientes, e formulem hipóteses. Organize para que eles registrem em seus cadernos o que observaram e quais a hipóteses formularam para explicar as diferenças.
Pessoal, agora quero que vocês anotem as diferenças que observaram nos troncos das árvores. Vamos tentar explicar os motivos destas diferenças.
O que pode justificar as diferenças observadas? A que elas podem estar relacionadas?Respostas prováveis:
O que pode justificar as diferenças observadas? A que elas podem estar relacionadas?Respostas prováveis:
- Um local tem mais carros passando, e o outro não.
- O ar está mais sujo onde tem mais carros.
- Onde o ar está sujo, os troncos não estão com estas coisas esbranquiçadas.
Professor, após este levantamento de hipóteses, retire dos troncos alguns exemplares de liquens e leve-os para o laboratório ou sala de aula. Já com a turma de volta, comece a explicar o que são as estruturas que eles observaram nos troncos, falando sobre a associação entre os fungos e algas que formam um organismo chamado líquen. Depois destas explicações, mostre os exemplares que você coletou aos alunos, com a ajuda de uma lupa, de forma que eles possam visualizar melhor este organismo.
Neste momento da aula, chame a atenção dos alunos para as hipóteses anteriormente levantadas por eles sobre as diferenças entre os dois ambientes. Comente com eles sobre a presença de líquens em um dos ambientes, e peça que relacionem este fato às características do ambiente. Os alunos deverão associar a poluição à ausência dos líquens, compreendendo que os gases liberados pelos automóveis são tóxicos para estes organismos. Isto faz com que eles desapareçam em ambientes poluídos, e que estejam sempre presentes em ambientes mais “limpos”.
Professor, você poderá também relacionar com seus alunos o fato de que os líquens podem ser indicadores de locais com ar poluído ou puro, já que sua presença está condicionada à ausência de excesso de gases poluentes.
Foto de ambiente com baixo fluxo de veículos
Foto de ambiente com baixo fluxo de veículos
Foto tirada na lupa: hifa de líquen foliáceo
Foto de ambiente com alto fluxo de veículos / Fotos de: Priscila Barbosa Peixoto
Após a atividade, entregue o texto abaixo para a turma e discuta com eles, relacionando o que aprenderam durante a aula de hoje com o que leram no texto:
Sentinelas da contaminação
Os líquens são associações entre um fungo e uma alga. O fungo produz um ácido que desagrega as rochas e, através de suas hifas, absorve água e sais minerais do solo, fornecendo-os à alga. A alga produz matéria orgânica por fotossíntese, fornecendo-a ao fungo. Os líquens podem até aproveitar o nitrogênio do ar como alimento.
A sobrevivência dos líquens depende quase exclusivamente da atmosfera que os cerca ou da água da chuva. Portanto, qualquer substância que dificulte a fotossíntese das algas que formam seu talo pode provocar a morte do organismo. Um dos agentes contaminadores de maior dano aos líquens é o SO2 (dióxido de enxofre), responsável pela chuva ácida. Os líquens também são capazes de absorver e concentrar substâncias radiativas, como o estrôncio 90. Constatou-se que esquimós do Alasca, por exemplo, apresentavam taxas elevadas desse elemento no organismo. Eles tiveram contato com o estrôncio 90 po r meio da ingestão de rena e caribu, que se alimentaram de líquens contaminados.
Adaptado de : http://www.portalimpacto.com.br/docs/bio_rinaldobarralVestF3Aula10_09.pdf ehttp://www.klickescolas.com.br/2006/conteudo/pagina/0,6313,BRA3-948-5182-,00.html (consultado em 25/11/09 as 16:41)
Avaliação
Avaliar numa perspectiva formativa implica estar atento à construção de conhecimentos conceituais, comportamentais e atitudinais de nossos alunos. Por isso é importante estar atento a todo o percurso do aluno enquanto aprende: suas ideias iniciais, aquelas apresentadas durante a investigação, à maneira que relaciona com os colegas, sua atitude investigativa e crítica, no decorrer da aula. Feitas estas considerações, propomos mais um momento para que os alunos sejam avaliados.
Após a leitura e interpretação do texto, entregue aos alunos algumas questões sobre o tema, de forma a avaliar se eles conseguiram construir conceitos pertinentes.
1) O que são líquens?
1) O que são líquens?
2) Qual a relação dos líquens com a poluição?
3) Dê um motivo para a morte dos líquens.
4) Líquens são associações entre fungos e algas. Qual é o benefício desta associação para os fungos? E para as algas?
5) Por que os esquimós do Alasca foram contaminados pelo estrôncio, se eles não se alimentaram de líquens contaminados?
- Kit de microscopia - Fungos e Algas;
- Kit de microscopia - construção de lâmina com líquens;
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Celulares estão matando abelhas?
Desde o surgimento do telefone celular uma pergunta controversa tem sido feita: Eles podem causar algum mal a nossa saúde? Pesquisas têm sido feitas e os resultados são sempre inconclusivos. Fabricantes e operadoras afirmam de pés juntos que não há risco e pesquisadores levantam hipóteses de diferentes patologias (geralmente câncer) que podem ser causadas.
Um estudo conduzido na Punjab University, em Chandigarh, na Índia, mostrou que as ondas eletromagnéticas liberadas por telefones celulares podem estar matando populações inteiras de abelhas produtoras de mel.
A ocupação desordenada do ser humano, pesticidas e mudanças climáticas são geralmente os primeiros vilões que pensamos ao considerar o assunto, mas estudos sobre a influência de linhas de alta tensão e de campos eletromagnéticos nas abelhas levantou novas suspeitas.
Os pesquisadores Ved Parkash Sharma e Neelima Kumar separaram três colméias. Em uma não haveria telefones, na segunda seriam colocados dois telefones falsos e na terceira foram posicionados dois celulares GSM de 900 MHz. Os telefones verdadeiros eram colocados na colméia por 15 minutos, duas vezes ao dia.
O resultado surpreendeu a dupla. Três meses depois, nas duas primeiras colméias não houve alteração nas atividades. Naquela onde foram colocados os celulares reais houve uma diminuição significativa da população. A abelha rainha colocou menos da metade dos ovos em comparação às outras duas. Também não havia mel ou pólen em nenhum lugar desta colméia.
Para os pesquisadores, a radiação liberada pelos telefones danificou o sistema de localização das abelhas, desta forma elas não conseguiam voltar para casa. Tudo isso com apenas 30 minutos de exposição diária aos celulares.
Este estudo levanta algumas questões, como por exemplo qual a influência desta mesma radiação nos seres humanos? Lógico que este tipo de pesquisa é muito mais complexo, mas ainda assim importante.
Se você se preocupa com a radiação dos telefones celulares e como ela é liberada na sua cabeça deixo aqui uma curiosidade: Usar um fone de ouvido Bluetoothdiminui em até 100 vezes a quantidade de radiação quando comparado ao ato de usar o telefone celular normalmente.
Texto retirado de http://www.pipocadebits.com/2010/06/celulares-estao-matando-abelhas.html
Sugestão de trabalho:
- Discussão em sala sobre os benefícios e danos causados pelas novas tecnologias;
- Jogo da memória meios de comunicação;
- Pesquisa sobre outros aparelhos eletrônicos que liberam radiação.
10 espécies mais ameaçadas de extinção em 2010
Diversas espécies já surgiram e sumiram do nosso planeta ao longo de seus milhões de anos de existência. O que me deixa triste é saber que nós, seres humanos, somos responsáveis por estes animais em particular estarem nesta lista. Mesmo que você não queira acreditar na responsabilidade do homem pelo aquecimento global é inegável nossa participação em outros motivos para que espécies desapareçam da face da Terra.